O simples ato de comer alguma coisa pode ter diferentes significados dependendo do contexto, da interação entre as pessoas e do local escolhido. Para muitos, a comida é um ato de celebração e fartura. Para outros, o alimento está ligado ao bem-estar físico e espiritual.  

Saúde, vida, equilíbrio, necessidade, sobrevivência. Se pararmos para pensar de forma mais profunda no assunto, percebemos o quanto ele é complexo. Aliás, uma das contradições dessa complexidade é o tabu sobre a alimentação farta. De um lado, muitas pessoas acreditam que comer bem é comer muito. De outro, 108 milhões de pessoas estão de estômago vazio e não sabem quando terão a próxima refeição, como reforçam dados da ONU. Qual é o ponto de equilíbrio?

É senso comum que temos uma indústria alimentícia e um sistema de comercialização gigantesco. Podemos comprar comida em supermercados abertos 24h, em mercados de bairro, quitandas, feiras, shoppings, lojas especializadas, feiras, restaurantes… ou optar pela comodidade e solicitar tudo pelo celular, por meio de aplicativos e ligações.

O cenário aparentemente é de abundância, não é mesmo? Na contramão disso, 30% da comida do mundo inteiro é jogada fora, como alerta a ONU para a Agricultura e Alimentação (FAO). O Brasil também não fica para trás e anualmente 40% dos alimentos produzidos no Brasil são desperdiçados conforme aponta o relatório Produção e Industrialização de Alimentos, divulgado pelo MEC.

Diante desta situação, uma parte dos fellows do JPD decidiu investigar e entender a temática da alimentação no contexto de Curitiba e Região Metropolitana. Mais que mapear os hábitos de consumo, os problemas de acesso, distribuição e desperdício de alimentos, uma inquietação do grupo foi abordar as pessoas sobre o quanto elas podem escolher e pensar sobre o que comem no contexto em que vivem.

Além do levantamento de dados, o grupo realizou, nesta primeira fase do programa: a) uma sondagem por meio de questionário, b) uma roda de conversa com profissionais, estudantes e consumidores que se relacionam com o tema e c) mapeamento dos atores e ações que existem em Curitiba considerando o eixo produção/distribuição/ consumo.

Não há respostas concretas até o momento, mas o que se pode concluir nas pesquisas durante o primeiro ciclo do programa é que cada tribo alimentar tem uma relação diferente com a alimentação.

No segundo ciclo, os fellows pretendem trabalhar, buscar e fazer parcerias com coletivos e iniciativas voltadas à temática, consumidores e toda a rede de contatos que se interessar em pensar soluções colaborativas e de impacto sistêmico no cenário de Curitiba e região.

#Vamostodosjuntos?