No último texto que escrevi aqui no blog, trouxe uma perspectiva ampla e pessoal sobre como entendo o novo paradigma planetário que está emergindo.   Contei sobre como fui descobrindo e experienciando esse novo mundo, como ele começa a despontar em diversos espaços da sociedade, como procura fundamentos nas nossas sabedorias ancestrais e como cada ser humano, movido por essa nova visão, transforma a si mesmo e seu modo de vida.

No entanto, foi diante de tudo isso que me perguntei: afinal, por que esse impulso está sendo gerado? Por que todo esse movimento está acontecendo?  E a minha hipótese é que há o reconhecimento de um limite! Não é mais possível viver com os mesmos hábitos e estilo de vida. Não é mais sustentável no mais amplo sentido desse termo. Mas, o reconhecimento do limite faz fronteira com a superação!

Afinal, quais são esses limites? O que precisa ser superado? Trago aqui alguns paralelos

:Do antropocentrismo para o ecocentrismo: É a superação da concepção do ser humano que dotado de razão e inteligência, coloca-se no topo de uma hierarquia planetária, a fim de dominar e explorar todo o meio natural e outras espécies, para uma visão ecocêntrica da realidade. Eco deriva da palavra oykos (casa em grego) e propõe então, que o planeta como um todo ( o meio ambiente, os seres vivos, as relações) estão todos em igual grau de importância.

Da imagem mecanicista do Universo para uma imagem holística do Universo:  A primeira concepção, trazido do paradigma de Newton, pensa o universo semelhante a uma máquina, fragmentada fria e vazia, onde não há interdependência e relação entre as partes. Uma visão holística do universo pensa o mesmo de forma integral, sistêmica, onde tudo está conectado.

Da dominação do patriarcalismo para uma sociedade que valorize o feminino: tradicionalmente houve no ocidente, o domínio dos homens na sociedade, na ciência e na cultura. Esse predomínio do masculino (energia yang) vem muitas vezes carregado de uma análise extremamente racional, tecnocrática e até mesmo agressiva. A nova visão que está surgindo, quer em enlace mais profundo com as características do feminino (energia yin), uma percepção mais intuitiva, receptiva e flexível. O reconhecimento do limite faz fronteira com a superação

Do economicismo exacerbado para o Desenvolvimento Sustentável: Por muito tempo se pensou que o “desenvolvimento humano” se dava pela capacidade cada vez maior de produção e consumo. No entanto, fica cada mais evidente que esta ideia é equivocada. Um verdadeiro desenvolvimento precisa estar alinhado às exigências ambientais e sociais, pensar na qualidade de vida das futuras gerações e em um crescimento econômico moderado e equilibrado.

Esses paralelos são algumas dimensões que começam emergir e alterar o inconsciente coletivo do planeta. Todas elas estão conectadas e dependem uma da outra para que essa nova visão de mundo, cada vez mais sistêmica e integrada comece a se fortalecer e se perpetuar em todos os cantos da terra.

Quando conseguimos ir além de uma atitude de auto referencialidade e enxergar todos os seres e o ambiente natural como um todo interligado, que precisa de cuidado e respeito, desenvolvemos e expandimos a nossa consciência pessoal e planetária e dessa forma garantimos o desenvolvimento cada vez mais sustentável, efetivo e ético.