Sabemos que o setor social tem atraído cada vez mais profissionais, mas quais características e práticas devem guiar esses novos talentos? Se você já conferiu a primeira parte desse assunto, agora vai entender a forma prática de como se tornar um desses profissionais.
Os profissionais do desenvolvimento, antes de tudo, assumem a responsabilização pela causa que se propõem a defender de maneira integral, e não apenas cumprem sua função profissional a qual foram demandados.
Arrisco sugerir até alguns mandamentos ou juramentos que poderiam ser feitos por esses profissionais do desenvolvimento:
- Não desistirás enquanto não conseguir inspirar todos envolvidos e, principalmente, seu público atendido a buscarem sua autonomia e desenvolvimento.
- Não se contentarás com soluções superficiais, pontuais e fragmentadas, pois acredita que só soluções reais e profundas podem acabar com os ciclos dos problemas, evitará ao máximo a dependência e o assistencialismo.
- Saberás que não se trata apenas de um trabalho solidário, voluntário ou altruísta e vai primar pela excelência da gestão e práticas de transformação das quais se encarregou.
São propósitos mais profundos!
Trata-se de um perfil de profissional que será cada vez mais demandado em todos os setores! O seu real comprometimento e conhecimento aprofundado das técnicas por trás da prática do desenvolvimento o diferenciam dos demais profissionais.
Mais que uma maestria técnica e comportamental, é clara a satisfação pessoal e realização profissional daqueles que escolhem exercer uma carreira de impacto social. Em grande parte, são jovens com uma nova mentalidade e expectativa de profissão ou experientes executivos que migram para o trabalho do desenvolvimento buscando maior significado, além dos tradicionais líderes carismáticos, fundadores e voluntários de carteirinha que compõem o corpo de diretoria e gestão das organizações.
O que torna tudo isso mais empolgante é a rotina desafiadora e significativa que esses profissionais assumem. Dentro da organização, encontram um ambiente mais aberto e democrático onde a valorização do ser é muito mais importante.
Dentre suas atividades práticas gerais:
- o contato e compreensão aprofundada do contexto de seu público com relações mais próximas e empáticas;
- a elaboração de estratégias e soluções para atender as demandas sociais a partir da interação com os usuários;
- o desmembramento em planos de ação e formação de equipes multidisciplinares com participação das partes interessadas;
- a articulação de apoiadores, parceiros e atores relevantes para a execução das atividades;
- o monitoramento e avaliação das atividades para demonstração de impacto em diferentes níveis;
- a busca pela sustentabilidade financeira com a perspectiva de geração de renda alinhada à missão da organização;
- a comunicação da causa a partir da conscientização pública e da mobilização social;
- o compromisso com a defesa de direitos e a influência em políticas públicas;
- a articulação de atores para a ação coletiva em rede pensando uma abordagem setorial no longo prazo.
A liderança para o desenvolvimento deverá compreender integralmente essas práticas para assumir e internalizar o propósito de direcionar sua carreira e profissão para o desenvolvimento da sociedade. Certamente, se conscientemente os empreendedores e líderes que se identificarem nessas características e atividades assumirem seu papel, teremos um salto para a efetividade das ações de órgãos públicos, empresas sociais ou organizações da sociedade civil.
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Texto especialmente elaborado para coluna do site Nossa Causa – Agência de Transformação Social
Por Diego Baptista
Fundador e Secretário Geral da Sociedade Global