Primeiramente, não existe concorrência na visão colaborativa! Pois é, a mudança do sistema precisa dar um “tilt” no nosso sistema mental! Justifico e tenho certeza que vocês compartilharão.

Se somos um sistema ou um organismo vivo, isso quer dizer que somos interdependentes e interconectados, e mantemos relações de inter-dependência entre nós como processo de feedback contínuo, ou de fortalecimento mútuo, mesmo que invisível – “conexões ocultas”. Por isso hoje tem se falado tanto de “ecossistemas” no empreendedorismo, pois compreenderam que para a pessoa que esta empreendendo avance, ou mesmo o setor/campo do empreendedorismo evolua, é necessário o acesso e o fortalecimento de todo um sistema de apoio com serviços, estrutura e expertises complementares.

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Foto de Nilo Biazzetto Neto

Da mesma forma para a sua empresa, pense qual é o sistema no qual estou inserido? Quais políticas públicas existem? Quais instituições e organizações de apoio existem? Quais outros atores estão inseridos nesse processo e qual é o tamanho da minha cadeia de valor?

Agora reflita sobre os gaps e lacunas existentes no seu setor, ou seja, o que falta para que o seu empreendimento funcione livremente e para que um ambiente favorável se consolide? É algum tipo de serviço complementar, um novo fornecedor ou produto, uma legislação ou incentivo fiscal, profissionais com conhecimentos específicos, novos espaços de interação? São nos gaps do sistema que reside a oportunidade colaborativa, ou seja, não trata-se mais de pegar uma oportunidade de mercado, mas sim de complementar o ecossistema com um novo serviço ou produto que contribua para o desenvolvimento do setor que esta inserido como um todo.

Faz sentido desenvolver produtos e serviços já existentes em uma cadeia e sofrer com a diferenciação de modelos que reproduzem a voracidade dos padrões ultrapassados de desenvolvimento?

No final, a visão colaborativa, trata a concorrência como um esforço de reposicionamento e coordenação da oferta de produtos e serviços dentro de um setor para que haja a evolução contínua e conjunta numa relação ganha (eu) – ganha (outro) – ganha (setor).

E então, que tal chamar a “concorrência” para alinhar e buscarem juntos a superação dos entraves do seu ecossistema?

Por Diego Baptista

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Texto especialmente elaborado para coluna do site Maternarum – Empreendedorismo Materno, projeto desenvolvido por uma das ex-alunas da 1º Edição do Programa Jovens Profissionais do Desenvolvimento.

O Diego Baptista é Empreendedor social, fundador da organização Sociedade Global e sócio Diretor da NOZ – Desenvolvimento e Cocriação em Sustentabilidade. Possui graduação em Relações Internacionais pela UNICURITIBA, especialização em Estratégia e Sustentabilidade Empresarial pela UINFAE e mestrado em Gestão do Desenvolvimento pelo Centro de Formação Internacional da OIT. Foi professor de Relações Internacionais na Unibrasil e Grupo Uninter. Participante da Rede Internacional da Carta da Terra e do Movimento Nós Podemos Paraná pelos ODMs, atuou na coordenação do Comitê Paranaense da RIO+20 pelo Fórum Permanente da Agenda 21 no Paraná. Ministra palestras e workshops em temas relacionados à juventude, educação, trabalho, liderança, empreendedorismo, sustentabilidade e terceiro setor.